Moda selfie aumenta o número de cirurgias plásticas
Esta notícia pode vir como uma surpresa, mas é verdade. Mais mulheres com menos de 30 anos de idade estão se voltando para a cirurgia plástica, como resultado de selfies. De acordo com uma recente pesquisa realizada pela Academia americana de Cirurgia Facial Plástica e Reconstrutiva, um em cada três cirurgiões plásticos faciais notou um aumento nos pedidos de procedimentos, devido a “pacientes sendo mais autoconscientes de olhares nas mídias sociais”.
Enquanto postar selfies filtrados no Instagram pode fazer as pessoas se sentirem capacitadas ou dar um impulso na confiança, esse compartilhamento de fotos contribuiu para um aumento de 10% nas cirurgias de nariz em 2013, em comparação com o ano anterior. E não é apenas o nariz que está sendo melhorado cirurgicamente por causa do Instagram. Houve também um aumento de 7% em transplantes de cabelo e nas cirurgias de pálpebra em 2013, em comparação com 2012, de 6%.
Autocrítica em foco
O presidente da Academia Americana de Cirurgia Facial Plástica e Reconstrutiva, Edward Farrior, disse que as plataformas sociais, como o Instagram, fazem as pessoas segurarem um microscópio de sua própria imagem e, muitas vezes, começam a ter um olhar mais autocrítico.
“Essas imagens são, muitas vezes, as primeiras impressões que as pessoas mais jovens colocam no mundo, para potenciais amigos, interesses românticos e empregadores, e os nossos pacientes querem mostrar o seu melhor para todos”, disse Edward.
A pesquisa também constatou que a onipresença das mídias sociais está reduzindo a idade que as pessoas começam a ter cirurgia plástica, com 58% dos membros pesquisados relatando um aumento em cirurgia plástica e “injetáveis” em pacientes com menos de 30 anos.
Consciência x insatisfação
É uma surpresa que a mídia social ajude a crescer a insatisfação com o corpo. Um estudo de 201,1 com 248 meninas com idades entre 12 e 19 anos, da Universidade de Haifa, em Israel, descobriu que as que passam mais tempo no Facebook são mais propensas a sofrer de uma série de condições, incluindo bulimia, anorexia, autoimagem negativa física e ter mais de um desejo de estar em uma dieta para perda de peso.
A mídia social é, talvez, ainda mais perniciosa do que mídia da promoção da insegurança corporal. Enquanto é possível afirmar que as celebridades e modelos em anúncios não são “mulheres reais”, porque são trabalhadas a base de Photoshop, é mais difícil de resistir à concorrência e à comparação no Instagram ou Facebook.
É tentador ver esta tendência como nada mais do que a escolha individual. Se as pessoas estão insatisfeitas com sua aparência e podem realizar um procedimento cirúrgico, com certeza elas devem ser capazes de fazer o que for preciso para obter a aparência desejada. Mas aqui estamos discutindo o melhor método para olhar obter um olhar melhor no Facebook ou Instagram, e não questionando a insanidade dos padrões de beleza e a beleza imperativa.